JOSÉ PEREIRA DE BARROS
( BRASIL – PERNAMBUCO )
É professor de Língua Portuguesa, Literatura Brasileira e Técnicas de Redação desde 1996.
Graduado pela Faculdade de Formação de Professores de Petrolina (2º/95) e com Especialização em Programação de Ensino de Língua Portuguesa pela Universidade de Pernambuco (1999).
Tem participado de concursos literários e antologias nacionais e internacionais.
Participou da Antologia Del´Secchi XIII e XIV.
Reside em Petrolina - PE.
ANTOLOGIA DEL SECCHI, 2005 Volume XV, Rio de Janeiro: 328 p. 14 x 21 cm ISBN 85-8649-14-3 No. 10 231
Exemplar da biblioteca de Antonio Miranda, doação do amigo (livreiro) Brito, Brasília, novembro de 2024.
DE POETAS E SUAS MUSAS
Que diria o poeta à sua Musa:
O sol rivaliza com o brilho dos seus olhos
quando contempla o seu amado
e a lua empalidece de inveja
diante de sua beleza e alvura?
As estrelas existem e brilham apenas
para iluminar o seu caminho noturno
e o céu é límpido como o seu sorriso
quando a encontra ao amanhecer?
Talvez outro poeta, não esse:
O sol queima pássaros, flores e peles
A lua reflete indiferente às pessoas e águas
As estrelas refulgem distantes em suas grandezas
O céu azul mas é causticante e sem brisa
Que diria o poeta à sua Musa:
Enfrentaria perigos e dragões de cifras e de sonhos
pelo seu amor distante e presente
e realizaria os feitos mais épicos e desvairados
pelo simples e doce sorriso da amada?
Desvendaria os mistérios mais míticos e guardados
pela satisfação da curiosidade feminina
e suportaria os piores grilhões, tormentos e pesadelos
pelo breve e puro toque dos lábios seus?
Talvez outro poeta, não esse:
a distância desfalece os corações ausentes
A memória dos feitos é efêmera e incerta
O conhecimento traz sofrimento e amargor
O tempo não se cansa de envelhecer o corpo
Que diria o poeta à sua Musa:
Conquistaria reinos e principados eternos
simplesmente com a força do amor
e o júbilo e a vitória seriam seus companheiros
mesmo quando avançados em dias?
A ventura e o gozo brilharam incessantes
sobre a vastidão dos seus desejos
e permaneceriam imunes ao tédio e a rotina
mais firmes e unidos em seu labor?
Talvez outro poeta, não esse:
A noite faz os amantes se perderem
As brumas gelam os corações mais atentos
O cotidiano sempre é uma emboscada
Os sonhos podem tornar-se escombros
Que não diria o poeta à sua Musa:
Tempo: exílio. Aspirações, ruínas.
Distância: crueldade. Coração: vesúvio.
Segurança, talvez, Intenções: sinceras.
Talvez não esse poeta, mas outro:
Prefere a ilusão das belas palavras
e a imprudência das tolas promessas
Desconhece a aspereza rude pastoril
do filho da Solidão e do Engano?
Suportaria os versos toscos escritos a carvão
de um bardo rouco e de rosto cinza
E colocaria as mãos finas no arado incansável
Do vasto campo que lhe foi confiado?
Apenas os deuses saberiam
das Musas as palavras que diriam
aos seus Poetas na criação do tempo
e qual seria o fruto desse encontro...
Apenas os Poetas saberiam
dos deuses as palavras que diriam
às suas Musas no encontro desse tempo
e qual seria o fruto dessa criação...
Apenas as Musas saberiam
Dos Poetas as palavras que diriam
aos deuses no tempo desse encontro
e qual seria a criação desse fruto...
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Página publicada em dezembro de 2024
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